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"Você, meu amigo de fé, meu irmão, camarada..." Diga-se isto, diga-se aquilo a respeito de mim, o que sei é que continuo sendo alvo de sonhos, de versos e controvérsias, sim, sou o mono, macaco, mico, símio, figura simiesca, sou (no caso desta foto) um mico-estrêla, e me vejo assim na selva ou mesmo num parque enorme, sempre lidando com as coisas do cotidiano, ecos inerentes a um verdadeiro morador da selva, da mata atlântica: gente. Ah, gente é bicho até legal, mas é um bicho muito aborrecido e aborrecedor. Vê: ele - o bicho-homem - quer rir, e o que faz ? Me chama, me dá um naquinho de pão, e acha o máximo, e pensa que EU também acho o MÁCSIMO, por ficar bem beliscando na mão dele, do homem fabricante de desfolhantes químicos (meus primos do Laos, do Camboja e do Vietnam ficaram sem galhos onde fazerem farra, namorar, voar de galho em galho, fornicar, gritar, amar), e eu não me esqueço disso, mas sempre dou desconto para os humanóides, figurinhas difíceis, dignas de que se
Da mesa da manhã para o mundo RUBIÁCEA O amarfanhado colete já prestes a ir ao dia, levemente impregnado do filho das arábias que em Minas brotou e se cumpriu à mesa onde o olho da samambaia espreita algum brilho possível no amarfanhado colete à espera de que o rosto o seu dono descubra. Foto e poema: Darlan M Cunha
E se não dizemos nada ... DUAL: PAREDES DE FLORES, TETO SÓ CORES, BAÚ DE DESTROSSOS O teto está bailando em compasso de versos e canseiras sobre a cama na qual, sozinhos no mundo, os amantes são raízes soltas, mas também lá está o pó de outras terras há tempos desprendido e há tempos pousado no agora trêmulo teto de canseiras sem nexo, pó bem pousado sobre o apartamento anexo, sim, é deitado que a gente vê melhor o pior e o melhor do mundo. Poema: DARLAN Foto: Jeff Widener
TRAMAS & TRAMAS DEPOIS, INESPERADO FINAL VIDRO o vidro entre mil sons, em todos os momentos da cidade está pela vontade particular torna-se espelho diante do qual se fala, com ou sem desvios, todo ele só teu ou meu, assim é o vidro em dois mil e nove cacos partido como se parte o amor em mil destrossos, assim é o vidro da casa que o tempo, às vezes, reduz a beijo partido DARLAN M CUNHA IMAGEM
PALAVRAS & SILÊNCIOS CUANDO YA NO IMPORTE O Assombro vive de suas cordas tensionadas, vive o Espanto tirando sombras de algum instrumento, abrindo mentações para o novo, o que para ti e para os teus importa: o aço das facas, sua beleza de corte sem sutura, ouça a mulher que reclama não teres mais mímese nem simbiose pelas quais os dias eram sem nome e sem data, vê: ainda o teor de sal há de ser revisto, o açúcar regrado da sociologia que te ampara já é gasto, e assim melhor será abrir com as dobras da música o acervo entre os convivas, a mesa bem diluída, o peixe (e a sua simbologia) à espera. DARLAN M CUNHA Foto: catkeyboard: JERSEYBLOGS
ALGO FALTA AS BORDAS Sentir o mundo girar como quem vem da feira ou de festa de arromba, do jeito que o diabo gosta, de pernas pro ar está o mundo com a sua roda viva, a qual se pode pressentir quando vai entrar em nova febre, e o melhor é afastar-se e contemplar seus argumentos sempre afeitos a algum interesse maior, dizem os que amam o mundo, mas quem detesta o mundo que lhe é imposto diz que rir já foi o melhor remédio, e assim é que é melhor evitar um mergulho na inconsistência geral, na demência, na mesma demência onde vivo com os dedos nas bordas do seu recado: o Imponderável. DARLAN M CUNHA