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PALAVRAS & SILÊNCIOS

















CUANDO YA NO IMPORTE


O Assombro vive de suas cordas tensionadas, vive

o Espanto tirando sombras de algum instrumento,

abrindo mentações para o novo, o que para ti

e para os teus importa: o aço das facas, sua beleza

de corte sem sutura, ouça

a mulher que reclama

não teres mais mímese nem simbiose pelas quais

os dias eram sem nome e sem data, vê: ainda

o teor de sal há de ser revisto,

o açúcar regrado da sociologia que te ampara

já é gasto, e assim

melhor será abrir com as dobras da música o acervo

entre os convivas, a mesa bem diluída,

o peixe (e a sua simbologia)

à espera.


DARLAN M CUNHA

Foto: catkeyboard: JERSEYBLOGS



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