Robson Barros - Passeando de balão
É
imenso o horizonte que acolhe o que não dá para levar a cabo: as tantas instâncias que se
nos apresentam e que, por um ou mais motivos, não é possível tê-las
entre os dedos, e isso é ruim, porque se somente o imaginário nos acomete sem trégua, ficamos incompletos.
Minha vizinha da casa logo à esquerda da minha era doida para
passear de balão, pelo que ela então mexeu os pauzinhos, e se fez ao largo do
solo: subiu, riu das figurinhas atarantadas lá embaixo, gargalhando, beijou o
piloto, bebeu vinho tinto, enfim, transtornou em pura realidade um de seus
fantasmas, uma de suas inquietações, o desejo inescrutável de ir pelos ares -
algo naturalmente geral.
Texto:
Darlan M Cunha
Arte
naïf: Robson Barros
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