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Maria Torres (Tumblr)      Escuta bem o tempo, como se os alarmes estivessem entre algodão, à maneira como se faz com joias, cristais, tesouros de família, objetos exigindo devoção, sufocados, sem direito à respiração pausada. Não, certos ares são impossíveis de se dar às relíquias familiares, e muito menos aos ícones sociais, à pena imposta pelo olhar social. É de se admirar então que depois de tantas curvas, subidas e descidas, espasmos dados pelo cotidiano, até talvez um dia a criatura chegar às pontes de safena, o coração resista, e até nos induza a ir mais longe, desprezando a fala desiludida de que trabalhar cansa, crente que o ócio também tem seus encantos. Sim, eis a matéria da qual é feito o cotidiano: dualidades. Assim, é preciso ter como certo que mesmo quando arrancado o coração pode sobreviver. Texto: Darlan M Cunha Arte: Maria Torres
S. L. Lowry (1887-1976, Inglaterra) aprendiz e mestre unidos e separados por uma fonte de dúvidas haikai // haiku: Darlan M Cunha *
Pawel Kuczynski (Polônia, 1976 - )        Ganhar a vida é o mais antigo refrão - parte terra, parte água -, mas o ar exigido para se dizer tal frase monumental é pouco, o suficiente para abrir os olhos de todos, pelo menos os olhos e os ouvidos de quem tenha ou queira ter tino sagaz. Ou nada de bom virá. Os fenícios, os persas, os nabateus, enfim, povos de fato muito antigos, com certeza tinham essa mesma percepção, embora para chegar a ela usassem de métodos já idos, ou não. Meu vizinho à esquerda me diz que nada mudou, no que diz respeito a isso, ou seja, a exigência do meio sobre o homem não mudou, o que mudou foram os métodos a serem usados, devido às novas invenções, às novas necessidades criadas, ou seja, todo mundo percebe isto. A Natureza parece dizer constantemente: Precisas de mim, escavar será a tua graça, teu dom maior e irremissível seja a inquietude . E assim o Homem se soube um tipo que exigiria mundos e fundos de si mesmo, larga e sangrenta trajetória até sentir
    Pawel Kuczynski (Polônia)        Desde que mudou-se para a casa ao lado, mantém-se ocupado em transcrições, ensaios atrás de ensaios, de tal modo que mesmo os mais desajustados tiveram que ajustar-se às filigranas de um teclado bem tocado, é verdade, mas nada sutil para com os horários alheios, seu humor. Até que alguém na mercearia e bar - um lugar de ajustes de conta da aldeia -, disse que seria pior se rente à casa na qual nascera, naquela rua, um trompetista viesse para ficar, com escritura e partituras. Então, ouvindo isto, todos se lembraram do ditado popular que diz "dos males, o menor". Texto: Darlan M Cunha
by Pawel Kuczynski        É um fato a dependência dos filhos, seu longo caminho até a idade adulta práticamente não encontra paralelo noutros animais. O que há, ou parece haver, é que cresce cada vez mais o estranhamento ao conceito família, destruída por uma série de vetores que construíram a sociedade atual, que tanto dá quanto cerra portas num átimo. Ter é o verbo, e a pressa substituiu todos os altares, todos os deuses e deusas jogados num canto qualquer, formigas e teias de aranha em suas bocas, pois a pressa é a sina – nada acontece sem ela, sem o aval dela. E assim as pessoas enlouquecem, sorrindo, dirigindo e falando ao telefone, o ajudante cabal da pressa, esta, sim, a suprema corte social. A família, jogada numa gaveta, membros fraturados, dá seus penúltimos estertores. Penúltimos. Texto: Darlan M Cunha
A GRANDE BATALHA DE IDEIAS (ou seria de egos?) Maria Kassimati           Diante de tanta polêmica com relação à “liberdade de expressão” versus a “liberdade de ser quem você é e não sofrer preconceito por causa disso” (leia-se “homofobia”), deixando os felicianos, e joelmas de lado e até mesmo os amigos evangélicos, familiares e amigos não religiosos e tudo o mais que está se falando e apenas inspirada pelo comovente filme baseado em um fato real “Orações para Bobby”, o qual fortemente recomendo (está no Youtube, com legendas, inclusive, na íntegra), não consegui deixar de me questionar: qual é a mensagem que nós, como cristãos, evangélicos ou não, estamos passando para os que não creem ou mesmo para os que creem mas ainda têm dúvidas a respeito de Deus e da igreja?           Se o que sabemos fazer é apenas apontar o dedo para o “pecado” das pessoas, seja ele presumidamente qual for, vomitando versículos bíblicos, que, aliás, para um descrente é como se estivéss