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preênsil



escala[da]



Às vezes, alinhado com o seu entorno, mas muitas outras vezes desalinhado com tudo, inclusive consigo mesmo, o Homem, através das Eras, enganou-se, desenganou-se e arrastou-se na pátina, na lama, em rios, em lagoas e no mar, muitas vezes abstendo-se de deitar-se, porque a insônia é uma chama furtiva, mas forte, o medo não dá arco-íris a ninguém, não, pois é, o homem o arrasta-se, agarra-se, fende, queima, lesa, mente, ata o imprevisível, duvida, rindo-se do Outro, tanto enterra uma premissa e uma promessa, quanto desata nova fúria. Suas mãos preênseis mais fecharm do que abrem caminhos, e isso, repetindo um poeta, isso fez, faz e fará toda a diferença - muito embora não nos seja possível avaliar com exatidão o custo desta visão de mundo.

Darlan M Cunha

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Barreiro - BELO HORIZONTE, MG * Todos fogem, querem mudança em sua mesmice, novos degraus com textos e tetos, de um modo ou de outro, sentem que a vida é minuto, frutas murcham depressa, animais logo estão cada vez mais sisudos e mal-humorados, e assim chegam às monstrópoles, às suicidades. * Darlan M Cunha  

calmaria

  Uma calmaria aparente dentro da aldeia, sobre ela uma zanga de nuvens - mas não se deve levar nuvens a sério, por inconstantes - sina - e levianas feito dunas e seixos escorrendo e escorregando daqui pra lá, de lá para além-lá, feito gente nos seus melhores e piores dedos, entraves, momentos, encontros e despedidas. Um gotejo aqui e ali, mas outro tipo de gotejo num lugar da casa vai trazendo à cena o verso do português Eugênio de Andrade (Prêmio Camões 2001), decifrando a lágrima: " a breve arquitetura do choro ." Darlan M Cunha
FLORES SÉSSEIS, VIDROS E ÁGUAS: CONSTELAÇÃO DE OSSOS 1. O ENCANTAMENTO PELOS MATERIAIS Vidros e águas se entendem, agarram-se uns aos outros como um pensamento bom atrai outro de sua estirpe, como as pedrinhas de um caleidoscópio fazem umas com as outras, ou seja, abraçam-se e soltam-se num emaranhado nunca igual, mas sempre com o intuito de união, sua sina sendo a de viverem unidas, mantendo a própria identidade – o que é cada vez mais difícil, mais improvável entre os humanos. Águas e vidros: água doce e vidro plano, água salgada e vidro temperado, água suja e vidro opaco, água limpa de bica e vidro colorido  de igrejas e bordéis, sim, de tudo se faz canção e caução, e o coração na curva de um fio d’água estalando gotículas nas costas dos lagartos (agora tu sabes a razão do sorriso do lagarto, uma delas), úvula e cio, nonada , tiros que o senhor ouviu... , o rio cheio de mormaço, espelho d’água é a sensação de um rio calmo calmo calmo, tu vais com ele, entras n...