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NOTÍCIA


Vivendo sempre com o rabo entre as pernas, sempre te observando, prenhes de muros de lamentações, e babas de rancores múltiplos, eles e elas vivem pendurados à sua mesmice de terra seca, embasados em boa parte pela cobertura de seus satélites, reagem à primeira profanação, sempre a priori, ardem ou labutam em silêncio, que o silêncio lhes é de ouro, candelabros de sete e nove pontas, de gold ou gulden é o silêncio, die gedanken sind frei, e alguém aqui ao meu lado lembra-se da canção cubana "los muertos de mi felicidad", e lá vão elas e eles pela estrada de areias que reclamam para si, visto que misturadas à poalha de ossos de pretensos antepassados, yes, è vero, sempre com as pernas sobre o rabo é como se mostram no metrô e na tela - pelo salutar de certa ortodoxia, sempre observando as tuas íris marcadas, porque marcar o gado pelas digitais é caso passado; precisa-se então e sempre de novas defesas, de novos truques à base das lamentações, muros & labirintos ferazes e ferozes, porquanto é preciso estar atento e forte, sem tempo para baixar guarda nenhuma, ossos e destrossos do ofício de tudo e de todos desconfiar, sobre tudo e todos procurar e cravar parâmetros, história e estória no mesmo parto e no mesmo prato, eis o acampamento deserto, os túneis abarrotados de barras de gold, sobrenomes fortuitos, sempre com as antenas entre os punhos os/as de uma terra que se quer santa. Sempre a priori, lutam contra os mortos alheios.


Foto e texto: DMC

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alto & baixo

Barreiro - BELO HORIZONTE, MG * Todos fogem, querem mudança em sua mesmice, novos degraus com textos e tetos, de um modo ou de outro, sentem que a vida é minuto, frutas murcham depressa, animais logo estão cada vez mais sisudos e mal-humorados, e assim chegam às monstrópoles, às suicidades. * Darlan M Cunha  

calmaria

  Uma calmaria aparente dentro da aldeia, sobre ela uma zanga de nuvens - mas não se deve levar nuvens a sério, por inconstantes - sina - e levianas feito dunas e seixos escorrendo e escorregando daqui pra lá, de lá para além-lá, feito gente nos seus melhores e piores dedos, entraves, momentos, encontros e despedidas. Um gotejo aqui e ali, mas outro tipo de gotejo num lugar da casa vai trazendo à cena o verso do português Eugênio de Andrade (Prêmio Camões 2001), decifrando a lágrima: " a breve arquitetura do choro ." Darlan M Cunha
  TREM DOIDO DE BOM     Lembrei-me, neste instante, de um termo jocoso, bem capiau, daqueles que deixam o cabra assim meio na dúvida, ou seja, se está sendo gozado, ou não, porque é mesmo engraçado, simplório. - "O senhor tem canivete aí, do tipo de folha larga, assim de um dedo de largura, bom pra picar fumo, e outras coisas ?" - "Bão, tê, tem, mais já acabô. Mais iêu vô di pudê incumendá pro Snhô Voismicê lá na capitá Béózônti, qui daqui trêis día, sem saculejo di atrazo, já tá aqui incima du barcão, prontim pra Vossa Sinhuria fazê uso do bichão, qui é mêrmo muito bão." - "Pois o senhor me faça o favor de pedir um para mim, de preferência com cabo de madrepérola, mas se não tiver, que seja de cabo de osso." - "Será feito, patrão. Agradicido."   _  Darlan M Cunha