PESADELO AO REVERSO
Meu pesadelo tem macia voz, canta disparada, travessia & boi barroso, como quem vai à feira de rua comer frutas e beber licor, sim, meu pesadelo tem 206 ossos, tendões alvinhos e músculos (ou molúsculos ?) tenros feito avelãs, e por isso eu caio da cama, releio minhas memórias futuras e vejo que lá está ela, no meu futuro ela está, e ri da minha impotência em desvendar-lhe a essência, e nem mesmo parte dela, mas o mundo dá muitas voltas, e eu me preparo para quando ela passar à minha porta de novo, ela, meu tormento, pesadelo, ímã ou seja lá o que for. Ó, eu quero essa mulher assim mesmo: descabelada, doida, assanhada, com ou sem marcas do Tempo (bicho mau é o Tempo, ou não ? Bom, há gosto para tudo). Eu quero essa diaba assim mesmo: de modo lento já acendo o fogo, assento-me na cozinha, leio algo, bebo algo, enquanto conto nos nós dos dedos das mãos a hora fatal de eu morrer naqueles tenebrosos braços e abraços, passos e tropassos, beijos e firulas mil. Meu pesadelo é doce puro doce de coco, geléia de jaboticaba, laranja azedinha, limão capeta, é doce de lua com calda de planetas, sóis e outras estrelas.
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Para Renata Pancich.
Darlan
Ler um texto assim,num belo blog de um craqui das letras... é como comer doce de coco, arroz doce moreno com canela em pó, geleia de jaboticaba...
ResponderExcluirUm abraço amigo.
Caro DONINI,
ResponderExcluirmal respiro ao ler o comentário do velho amigo. Tenha um 2010 pleno de "pequenas realizações",como é do nosso mineiro feitio: de leve... hehe.
Fiquei imensamente feliz com o teu comentário, como sempre. É mesmo desnecessário dizer que a Casa é sua.
Muito obrigado.
DARLAN
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