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Dianho ou diamba sejam os ares, argumenta, argumenta em prol do que vês e, mais, em favor do que sentes, indo ao fundo da ocasião, entrando de compasso ereto, e até de passo trocado ou quebrado, feito bêbado ou  inepto trapezista, só tu podes abrir o encanto e colocar a correr mundo afora o idioma que é teu: sim, tu és o teu fator de equilíbrio e desequilíbrio, lembra dos artelhos e das falanges dos gigantes que ficaram pelo caminho; lembra do crescimento vegetal, suave quase sempre, a não ser que sejas como certas espécies de bambu que crescem muito em muito pouco tempo; e assim é preciso gostar de si, atravessar com cuidados a ponte, procurar saber conviver com as quatro margens do rio, lembrando-se sempre de que o rio é o paradigma maior de tudo, da fluência da vida, pois bem, cuida de penetrar devagar nas quatro margens: a esquerda e a direita, a superfície e o fundo. Estão lá os argumentos que nos são faltos.

Texto: Darlan M Cunha
Obra: Vinte Garrafas Vinte Conteúdos. ARTHUR BISPO DO ROSÁRIO. Museu do Inconsciente, RJ

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alto & baixo

Barreiro - BELO HORIZONTE, MG * Todos fogem, querem mudança em sua mesmice, novos degraus com textos e tetos, de um modo ou de outro, sentem que a vida é minuto, frutas murcham depressa, animais logo estão cada vez mais sisudos e mal-humorados, e assim chegam às monstrópoles, às suicidades. * Darlan M Cunha  

calmaria

  Uma calmaria aparente dentro da aldeia, sobre ela uma zanga de nuvens - mas não se deve levar nuvens a sério, por inconstantes - sina - e levianas feito dunas e seixos escorrendo e escorregando daqui pra lá, de lá para além-lá, feito gente nos seus melhores e piores dedos, entraves, momentos, encontros e despedidas. Um gotejo aqui e ali, mas outro tipo de gotejo num lugar da casa vai trazendo à cena o verso do português Eugênio de Andrade (Prêmio Camões 2001), decifrando a lágrima: " a breve arquitetura do choro ." Darlan M Cunha
  TREM DOIDO DE BOM     Lembrei-me, neste instante, de um termo jocoso, bem capiau, daqueles que deixam o cabra assim meio na dúvida, ou seja, se está sendo gozado, ou não, porque é mesmo engraçado, simplório. - "O senhor tem canivete aí, do tipo de folha larga, assim de um dedo de largura, bom pra picar fumo, e outras coisas ?" - "Bão, tê, tem, mais já acabô. Mais iêu vô di pudê incumendá pro Snhô Voismicê lá na capitá Béózônti, qui daqui trêis día, sem saculejo di atrazo, já tá aqui incima du barcão, prontim pra Vossa Sinhuria fazê uso do bichão, qui é mêrmo muito bão." - "Pois o senhor me faça o favor de pedir um para mim, de preferência com cabo de madrepérola, mas se não tiver, que seja de cabo de osso." - "Será feito, patrão. Agradicido."   _  Darlan M Cunha