
ENTORNO
Meu colar é para o dia em que a solidez da solidão esbarrar
nos próprios tropassos, nos próprios destrossos, não é para
qualquer dia, não, talvez eu o solte no dia de reis
ainda que mambembes, falidos ou não,
do pé e da cabeça doentes, não importa, meu calor
tem coisas que nem a mais vã misantropia pode
conceber, creia que
meu calor eu o confeccionei sempre sob as estrias de uma longa
muralha, frio e fome já tinham ficado
para trás entre os meus pequenos desejos
humanos, sim, eu já era mais
que humana
mente, meu ofício de ser fosforescente, de ser enxofre e fósforo
misturou-se ao ofício dos ofídios, venenosos
ou não, liguei-me aos ofídios (mas não ao que as malditas
escrituras vem mentindo há séculos, não, não
me servem muros de lamentações, virilhas rotas de suratas,
não me servem de modo algum, sendo eu
o abcesso fechado, o queijo
melhor curado, o amistoso cafezinho (pra quem ?
pra quem bem o mereça).
Sem mandar recado, sou do pecado
direto, vil rotor e motor, pinto e bordo, cobro caro a minha sina
de mulher, meu salário do medo
ousa dizer algo ao crime, sussurra nos ombros
e nos ovos dele quanto nos óvulos d seu sinônimo,
ou seja, a Cabal Assimetria.
DARLAN M CUNHA
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