Pular para o conteúdo principal
mapa de nada, in ou out, dia & noite, nada de mapa

VIDROS GRITAM NA MANHÃ GRIS DO LESTE

FOGOS ESTEREÓTIPOS, 1

na índia, comer não é importante; nem mesmo vegetar.

os hindus sempre reforçam em mim a distância de 180º (a menos incompleta das distâncias) pelas asperezas do branco passando assim por sua vida toda ela em branco, jardim de cinzas, subjugados a deuses e deusas multiplicados para além-lá do absurdo (revejo os tipos psicológicos), pelos tropassos da casta bhil delineando manhãs que na índia não há, brâmanes inculcando o mando e a crença, janistas subjugados às suas mínimas ou minimalistas formas de interpretação da vida (a interpretação dos sonhos, ou será melhor dizer fabricação do real e fabricação da loucura ?), seus templos dedicados ao rato, fiquem lá com seus ecos ruminantes e seus espectros milenários, ossadas futuristas servindo de adesivo a ocidentais parasitas ou borboletas deslumbradas. comunicar também é isso, e o outro lado da índia sobe na pressa ao entrar nos porões e portais da tela, mas não serão surfistas a vasculhar a casa, não, serão de outra estirpe sobre os comedores de baratas os dias.

na índia, comer não importa; nem vegetar.

DMC
*****
Tela: Mapa de Carne. MIQUEL BARCELÓ.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Tu te lembras, sim... Contos da minha casa - 5 Uma avó de uma amiga minha completou noventa anos – eu disse uma avó porque, afinal, todos temos mais de duas avós -, e as cantigas de sempre logo se fizeram ouvir, devido ao fato de que não há festa de noventa anos todos os dias, todos os meses, sequer todos os anos, não é mesmo, gracinhas e joões ? Embasado nisso, e embasbacado após ver uma linda foto da festa de aniversário 90 de uma avó de uma amiga minha (ufa !), fiz de conta que era comigo, e revi a minha avó, melhor, uma de minhas avós bem aqui ao lado meu, toda liru-liru , empetacadinha, lindinha e ainda e sempre brabinha que só ela. É... falo da minha avó paterna, cuja graça era Senhorinha, isso mesmo, basbaques, este era o nome dela registrado em cartório: Senhorinha Maria de Jesus. Era baixinha, muito brava, mas só de mentirinha, assim com um ar de Dom Casmurro (parte do livro, porque as partes do livro onde entra a tal da Capitu... isso aí, podem deixar de lado,
FLORES SÉSSEIS, VIDROS E ÁGUAS: CONSTELAÇÃO DE OSSOS 1. O ENCANTAMENTO PELOS MATERIAIS Vidros e águas se entendem, agarram-se uns aos outros como um pensamento bom atrai outro de sua estirpe, como as pedrinhas de um caleidoscópio fazem umas com as outras, ou seja, abraçam-se e soltam-se num emaranhado nunca igual, mas sempre com o intuito de união, sua sina sendo a de viverem unidas, mantendo a própria identidade – o que é cada vez mais difícil, mais improvável entre os humanos. Águas e vidros: água doce e vidro plano, água salgada e vidro temperado, água suja e vidro opaco, água limpa de bica e vidro colorido  de igrejas e bordéis, sim, de tudo se faz canção e caução, e o coração na curva de um fio d’água estalando gotículas nas costas dos lagartos (agora tu sabes a razão do sorriso do lagarto, uma delas), úvula e cio, nonada , tiros que o senhor ouviu... , o rio cheio de mormaço, espelho d’água é a sensação de um rio calmo calmo calmo, tu vais com ele, entras nele

calmaria

  Uma calmaria aparente dentro da aldeia, sobre ela uma zanga de nuvens - mas não se deve levar nuvens a sério, por inconstantes - sina - e levianas feito dunas e seixos escorrendo e escorregando daqui pra lá, de lá para além-lá, feito gente nos seus melhores e piores dedos, entraves, momentos, encontros e despedidas. Um gotejo aqui e ali, mas outro tipo de gotejo num lugar da casa vai trazendo à cena o verso do português Eugênio de Andrade (Prêmio Camões 2001), decifrando a lágrima: " a breve arquitetura do choro ." Darlan M Cunha