Ir-se-á logo o tempo dos navios Contos da minha casa – 10 UM DOMINGO ASSIM DE POUCAS NORMAS Um jovem casal em frente à minha casa está de mundança. É domingo. Ela chegou hoje cedo, desceu do carro, pegou uns pacotes da padaria logo aqui na rua de trás, o branco avental esvoaçante, o som do carro numa altura diferente do usual em brasileiros e brasileiras : médio. Escavei palavras ou poemas, bebi mais rubiácea, nervos não há em quem se afasta de gente, para quem há muito tempo deixou de gostar de gente; é claro que com aquelas exceções mínimas, mínimo de qualquer múltiplo é o quanto quer para si quem chega a este patamar, mas o mundo é grande em sua pequenez, e eis que de certa forma eu me afeiçoei ao casal – mais a ela, do que a ele. E já me lembro de um fim de madrugada, numa segunda-feira, quando vieram aqui pela primeira vez, sendo que acho que nada havia lá no apartamento, e lá ficaram (vantagem de quem descansa as vistas ao ir à janela de quando em vez, sim, aquele ...