Pular para o conteúdo principal






já não mais o assombro a procurar-nos





Muito embora muito antes de ser percebida como sendo intrínseca à natureza humana, bem como à de todos os outros bichos e plantas, a Dúvida preserva alguns de seus segredos, de seus ecos diante da nossa mais ferrenha vontade, ou volição. Por exemplo: sabe-se que uma canção aplaca as curvas da cidade com estes bordões: Estamos aqui para salvar a tua vida: o tolo, o bêbado, a criança e a esposa dele. Noutro ponto da suicidade, o anúncio se satisfaz: Where have all the parents gone ? E assim o dia avança sobre os caldos e rescaldos, e a Dúvida do Quixote fica bem ali com a turba, veneno cooptando estigmas, o risco do bordado já não dando conta do sorriso em leque esquizofrênico na Inenarrável Algazarra da Morte. Ou da Dúvida ?
DMC
1. (Star. Set Yoursef on Fire).
2. Num canal de tv
******

Poema de Darlan
SE SI DISTRUGGE QUESTA PAROLA

Coisas miúdas acontecem assim
como desafios novos surgem
com mínimas ondulações na fala
o homem ao lado meu
espelha-se no silêncio
e nele se demora
e através dele pensa
que me devora, mas nada
como dois enganos para se chegar
a alguma realidade.
******
foto: Binho Barreto. Belo Horizonte, MG Brasil

Comentários

  1. Oi Darlan, legais os textos e obrigado por ter usado a foto de um graffiti que fiz. Um abraço

    ResponderExcluir
  2. Não é nada, caro Binho. Um trabalho como o teu é para correr mundo, como se diz.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Bem-vindo, Bem-vinda // Welcome // Bienvenido

Postagens mais visitadas deste blog

alto & baixo

Barreiro - BELO HORIZONTE, MG * Todos fogem, querem mudança em sua mesmice, novos degraus com textos e tetos, de um modo ou de outro, sentem que a vida é minuto, frutas murcham depressa, animais logo estão cada vez mais sisudos e mal-humorados, e assim chegam às monstrópoles, às suicidades. * Darlan M Cunha  

calmaria

  Uma calmaria aparente dentro da aldeia, sobre ela uma zanga de nuvens - mas não se deve levar nuvens a sério, por inconstantes - sina - e levianas feito dunas e seixos escorrendo e escorregando daqui pra lá, de lá para além-lá, feito gente nos seus melhores e piores dedos, entraves, momentos, encontros e despedidas. Um gotejo aqui e ali, mas outro tipo de gotejo num lugar da casa vai trazendo à cena o verso do português Eugênio de Andrade (Prêmio Camões 2001), decifrando a lágrima: " a breve arquitetura do choro ." Darlan M Cunha
  TREM DOIDO DE BOM     Lembrei-me, neste instante, de um termo jocoso, bem capiau, daqueles que deixam o cabra assim meio na dúvida, ou seja, se está sendo gozado, ou não, porque é mesmo engraçado, simplório. - "O senhor tem canivete aí, do tipo de folha larga, assim de um dedo de largura, bom pra picar fumo, e outras coisas ?" - "Bão, tê, tem, mais já acabô. Mais iêu vô di pudê incumendá pro Snhô Voismicê lá na capitá Béózônti, qui daqui trêis día, sem saculejo di atrazo, já tá aqui incima du barcão, prontim pra Vossa Sinhuria fazê uso do bichão, qui é mêrmo muito bão." - "Pois o senhor me faça o favor de pedir um para mim, de preferência com cabo de madrepérola, mas se não tiver, que seja de cabo de osso." - "Será feito, patrão. Agradicido."   _  Darlan M Cunha