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Iberê Camargo (1914-94) série Ciclistas Montados na aparência de sólidas montanhas, lá vão os ciclistas de toda hora, convergindo sobre sólidos tanto quanto sobre o meio líquido, são mestres mesmo é no conceito nuvens, de onde dão carona aos de visão turva - pouco receptivos -,cientes dos extremos da aldeia ciosa de si, eles pedalam e assobiam, aparência de não serem rudes, estranhos. poema: Darlan M Cunha
  Iberê Camargo .  Espaço com Carretéis. Óleo sobre tela - 100 x 140 cm,   1960 Dervixes, carretéis, piões Os dervixes lembram carretéis em uníssono nalgum ambiente deslizando sua mensagem. Caros à tradição, entram os dançarinos no núcleo de um universo, parece, tão afeito ao transe, que nada mais se concebe possível fora dele, porque são carretéis, redemoinhos, girassóis e também aves e caleidoscópios refletindo as cores e as sensações primárias e secundárias, como se  uma tela fosse pintada ao mesmo tempo em que, carretéis, giram. poema: Darlan M Cunha  
Meu romance Umma... viajando          Antes de seres, já tinhas a predisposição. Morrer é quase nada, mas, aborrece, é acinte imperdoável, segundo uns e muitos e todos. Vamos às contas do ano. Tudo quente, todos los juegos el juego, parodiando um título de livro. Tudo é nebuloso - a rede e a gente que se vê pelas ruas, ou seja, não se deve confiar num e nem noutro, porque um é o outro na pobreza de visão, sopa rala. Ontem foi amanhã, não é saudável que te esqueças das cores primárias, das dores sectárias. Permite-se a entrada, em troca de certos usufrutos. Assim tropeçam os parvos, desde antes da Rota do Incenso e da Rota da Seda. Essa grama queimada não há de significar sempre que foi Gêngis-Cão quem passou por ali e por ali. Há imitadores baratos. Tenta dizer de ti que és o mesmo de ontem; mas, diferente. Isto significa restaurar-te diariamente, consciente disso, ou já eras. Nem mais. Foto e texto: Darlan M Cunha
 ¨¨ Dezembro aí está, sua sina única será a de andar durante 31 dias, sem parar, até que se torne passado, linha de trem desativada, de certa forma, porque o passado fica, de um jeito ou de outro, ele não nos abandona - por mais hábil que seja a nossa tática em deixá-lo no meio dos tempos, nu, choroso, só neblina. Dezembro aí está, crescendo feito uma bolha, ciente de que no dia trinta e um levantar-se-á pela última vez, olhando em torno, desconfiado, mais alegre do que triste, alegre pelo que deixará à gente que com ele caminhou, realista, pelas pessoas que em seu bojo caír e m para nunca mais. Dezembro está aí. * Foto e texto: Darlan M Cunha
Rua Pedro Laborne Tavares - Buritis, BELO HORIZONTE Colégio Batista Mineiro - Buritis - Unidade 1 Sejam cuidadosos, uma montanha pode f a cilmente vencê-los, e a arte pode enganá-los, como um camaleão sempre sob a fúria do aprimoramento. Avesso às crenças do cotidiano, mascando riso suave, mas, maléfico que só ele, o avô dava dicas de como ir ao inferno, e de lá voltar, ciente de tudo em relação ao inferno das vinhas sociais, de para lá querer voltar e definitivamente ficar.  Caminho por uma rua com arte mural, paro, peço explicações para tal atitude, ninguém sabe onde o diabo reside, em quanto incide tornar afável a superfície crespa de um muro, mais ainda, o interior encrespado do Homem. Foto e texto: Darlan M Cunha
cama de faquir *  Homem deitado à maneira faquir já nem homem é, embora pareça convidar os transeuntes a vê-lo de dentro da multidão rondando feito piorra a ossada estendida na cama de pregos, feito faca só lâmina expondo seu dilema, pois o mundo tem muitas faces todas elas bem presas a limites ou a antíteses cujos degraus mensuram o esforço e a apatia; e assim há dervixes e faquires astronautas e ladrões e emires, porque a cidade é larga e vive de tributos por encomendar lutos, pelo que enquanto uma laranja escorre dos dedos da manhã a ossada, viva, continua em transe, alheia ao humo a boca do escárnio, alheio a fotos o rosto do espasmo,  ciente de que haverá cama para todos cedo ou tarde todos serão faquires e o mago parece sorrir para uma flor amenizando-lhe o rude travesseiro.   O visitante afasta-se, mensageiro. Foto e poema: Darlan M Cunha