CASO
PROCURE VIDROS PARTIDOS
Não atravesse o rio para
vir a este lugar,
se sem outra causa que não a
de inteirar-se
do caráter dessa casa onde a faca vive
do caráter dessa casa onde a faca vive
em atrito com a pedra, até
porque os peixes
a ela não se negam.
Eis a criatura sem nome de fama, presa
ao silêncio ainda crescendo na casa
ao silêncio ainda crescendo na casa
na qual se está em paz, pés limpos,
ela pede que ninguém atravesse
o rio
em busca de vidros ou beijos partidos,
porque
ela vive entre algo
bem mais ancho do que um
e outro suspiro de futura, certeira
amargura.
Poema e foto: Darlan M Cunha
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