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Quando se tem mais um dia, deve-se
empedrar ou liberar a entrada
à opção escolhida, testando a casa
contra rajadas de medo e ódio
sem dar trégua à ditadura do Não,
anular o convívio com a incerteza,
sem panos quentes, sem sonhar
em apreender nada à distância,
porque o Homem é isto que se tem
ou que se vê: gastos inúteis de energia,
o abraço difícil e o beijo insosso
a razão pelo ralo levando consigo o dia.

*****

DARLAN M CUNHA
 

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 mudança * De repente, de modo suave, você se lembra de quando chegou à cidade grande para continuar a estudar, depois veio o Exército, o emprego federal, mochila e violão nas costas, enfim, uma infinidade de erros, de riscos e risos, o amor que rói os tigres, de acordo com um livro cubano, se não me falha a memória com centenas de livros, se não milhares, sim, de repente, você pensa nas pessoas mudando de casa e de cidade, de postura perante a vida (uma luta difícil); quando se muda de casa, vai com a gente uma dupla sensação: de alívio, e de peso pelo que se viveu, a visão a partir da janela, tiques de vizinhos, uma praça e uma pessoa amiga com a qual foi possível conversa de gente grande. Neste momento, pessoas estão carregando ou descarregando móveis, apreensão e entusiasmo, que a vida é breve. *** Darlan M Cunha    

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