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carijó, cocá, d'angola




     O fio da sorte vai de borda em borda
     de fronteira em fronteira ele desconhece
     que causa vertigens por onde passa
     e não passa, mas sabe que o povo crê
     nos abanos do diabo, e que deus
     não sustentará nos ombros a ponte, seu povo
     atravessando mais um dia (menos um dia).
     A aldeia se faz de contrastes, se faz com
     um cão uivando na rua, na casa ao lado
     outra tréplica abrindo-se em nome da recusa.



    Foto e poema: Darlan M Cunha

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alto & baixo

Barreiro - BELO HORIZONTE, MG * Todos fogem, querem mudança em sua mesmice, novos degraus com textos e tetos, de um modo ou de outro, sentem que a vida é minuto, frutas murcham depressa, animais logo estão cada vez mais sisudos e mal-humorados, e assim chegam às monstrópoles, às suicidades. * Darlan M Cunha  

calmaria

  Uma calmaria aparente dentro da aldeia, sobre ela uma zanga de nuvens - mas não se deve levar nuvens a sério, por inconstantes - sina - e levianas feito dunas e seixos escorrendo e escorregando daqui pra lá, de lá para além-lá, feito gente nos seus melhores e piores dedos, entraves, momentos, encontros e despedidas. Um gotejo aqui e ali, mas outro tipo de gotejo num lugar da casa vai trazendo à cena o verso do português Eugênio de Andrade (Prêmio Camões 2001), decifrando a lágrima: " a breve arquitetura do choro ." Darlan M Cunha